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Impactos Climáticos e o Papel das Cooperativas no Mercado Cafeeiro

As mudanças climáticas têm imposto desafios cada vez mais complexos ao setor cafeeiro. A produção de café, altamente sensível às variações do clima, vem sendo impactada por eventos extremos como secas prolongadas, chuvas irregulares e temperaturas atípicas. Esses fatores afetam diretamente a produtividade das lavouras, gerando incertezas sobre a oferta global e pressionando o mercado tanto no Brasil quanto no exterior.

Diante desse cenário adverso, destaca-se o papel fundamental das cooperativas agrícolas. Essas entidades representam, organizam e fortalecem os cafeicultores, atuando como agentes estratégicos na busca por soluções sustentáveis que garantam a resiliência do setor a médio e longo prazo.

Isenção do Imposto de Importação de Café: Medida Governamental

No dia 6 de março de 2025, o Governo Federal anunciou a isenção do Imposto de Importação para diversos alimentos, incluindo o café. A medida, segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, tem como objetivo conter a inflação e reduzir os preços ao consumidor final.

A ação visa aliviar as pressões inflacionárias que têm afetado diretamente o bolso da população, principalmente no que se refere à alimentação, um dos itens de maior impacto no orçamento das famílias brasileiras.

Repercussões no Setor Cafeeiro

A decisão de zerar a alíquota de importação do café gerou debates entre representantes do agronegócio e lideranças cooperativistas. De um lado, há quem defenda a medida como necessária para equilibrar o mercado e evitar repasses excessivos ao consumidor. De outro, surgem preocupações legítimas sobre os impactos que essa política pode trazer aos produtores nacionais.

A Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) relembrou que uma ação semelhante foi adotada em 2022, sem ter promovido mudanças significativas no cenário de preços. A entidade ressaltou ainda que a alta dos preços do café é um fenômeno global, influenciado por fatores como o clima e a dinâmica entre oferta e demanda nos principais países produtores.

Já a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) foi mais crítica, afirmando que a isenção da alíquota de importação pode comprometer cadeias produtivas inteiras. A preocupação se concentra na possibilidade de perda de competitividade dos produtores brasileiros frente aos cafés importados, o que poderia gerar prejuízos e desmotivação no campo.

O Papel Estratégico das Cooperativas

Nesse contexto desafiador, o papel das cooperativas torna-se ainda mais relevante. Em entrevista concedida à TV Paranaíba, afiliada da Rede Record, a diretora executiva da Coocacer, Eliane Cristina Barbosa Cardoso, reforçou que os produtores cooperados seguem comprometidos e confiantes. A expectativa é de início da nova safra já em maio, o que deverá renovar a oferta nacional de café e ajudar a equilibrar os preços de mercado.

Segundo Eliane, mesmo diante das adversidades climáticas, os cafeicultores estão se preparando para entregar uma safra de qualidade, com volume consistente. Isso reforça a capacidade de resposta e resiliência dos produtores quando amparados por uma estrutura cooperativista sólida.

Além de oferecer apoio técnico e organizacional, as cooperativas exercem um papel decisivo na interlocução com o governo e demais entidades do setor. São elas que garantem que as demandas do campo sejam levadas às instâncias de decisão, buscando equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade produtiva.



Caminhos para o Futuro: Sustentabilidade e Justiça na Produção

As lideranças cooperativistas estão conscientes de que, além de medidas emergenciais, como a isenção de impostos, é urgente avançar em estratégias duradouras. Isso inclui o fortalecimento de políticas públicas que incentivem práticas agrícolas sustentáveis, o acesso a tecnologias adaptativas ao clima e, principalmente, a garantia de uma remuneração justa ao produtor.

O cafeicultor precisa de segurança para continuar investindo em qualidade e manter a consistência do fornecimento. Para isso, é essencial que o mercado reconheça o valor do seu trabalho, refletido em preços que recompensem seu esforço e dedicação.

Conclusão

As adversidades climáticas representam um dos maiores desafios atuais para a cafeicultura brasileira. Medidas como a isenção do imposto de importação de café são tentativas de aliviar pressões de curto prazo, mas é na articulação entre governo, cooperativas e produtores que está o verdadeiro caminho para uma solução sustentável e eficaz.

Fortalecer o cooperativismo, investir em práticas resilientes ao clima e garantir renda digna ao produtor são passos fundamentais para assegurar não apenas a sobrevivência do setor, mas também sua evolução. A Coocacer e seus cooperados seguem firmes nesse propósito: cultivar, com responsabilidade e união, um futuro promissor para o café brasileiro.


Departamento de Comunicação e Marketing Coocacer Lorena Sousa (34) 99929-7849 marketing1@coocaceraraguari.com.br

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